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Segundas de Maio – Cinema

30 Abril, 2016 0:28 1

Retrospetiva – Flora Gomes – Um Olhar Guineense

Flora Gomes

Flora Gomes

Novo ciclo de cinema africano na FLUL, a não perder. Começa já na próxima segunda com Mortu Nega e a presença do realizador a quem a retrospectiva é dedicada, Flora Gomes.

5 Segundas | 5 Filmes de Flora Gomes

Programa:

Dia 2 de Maio: Mortu Nega (1988), 1:32 | Com a presença do realizador

Mortu Nega que significa Morte Negada, é um filme histórico de 1988, a primeira longa-metragem do realizador. Retrata, de modo expressivo e tocante, as vivências da Guerra de Independência da Guiné-Bissau, fundindo história contemporânea com mitologia africana.

– Ano de 1973. Diminga acompanha um grupo de guerrilheiros camuflados que, no meio do mato, percorre os trilhos usados para levar abastecimentos de Conakri para a frente de combate, onde luta o seu marido, Saco. Dá-se conta que o país que atravessa é terra queimada. Há morte por todo o lado, mas a esperança mantém-na bem viva. No acampamento onde Saco se encontra, mal tem tempo para estar com ele. Progride a luta dos revoltosos, a certeza da vitória comanda.

1977. A guerra terminou. Mas não chega verdadeiramente a terminar. É certo que, onde Diminga vive, por entre lágrimas, há grandes manifestações de alegria. Mas a seca impera, ela tem o marido doente e outra luta começa. Tão dura é a realidade que só o poder dos deuses, os velhos deuses da terra, lhe poderá valer.

O filme, nas palavras do seu autor, é uma parábola africana. Conquistada a independência das colónias e eliminado o colonialismo português, a questão que se levanta é a África do século XXI. Uma África – e é isso que Flora Gomes insinua – que África não será sem as suas crenças, os seus mitos, a sua filosofia, a sua cultura.

Dia 9 de Maio: Os Olhos Azuis de Yonta (1992), 1:35

Os Olhos Azuis de Yonta (em crioulo Udju azul di Yonta) é um filme com co-produção entre a Guiné-Bissau, Portugal e França.

Segunda longa-metragem de Flora Gomes dando continuidade temática a Mortu Nega, revê as mesmas questões de fundo, as do seu país perante a História. Regressa-se aos temas do trauma e da esperança, mas alterando o tempo do enredo, em que os mesmos problemas manifestam-se de outro modo.

– Em modo de comédia dramática, entre os pequenos nadas do medo e do desejo, temos primeiro um ser humano, aqui como em qualquer lado do mundo. Temos uma «rapariga, muito bonita, apaixonada por um homem muito triste». Temos um velho combatente, distraído com os seus velhos ideais e seus novos negócios, que não vê o fraquinho que por ele tem a Mulata de olhos azuis. Bela como é, não desdenha a moda. Alheio aos estratagemas do capitalismo e aos dramas do seu país em rotura, um terceiro e estranho personagem existe: um jovem conterrâneo de Yonta, que lhe envia de Paris missivas românticas e absurdas.

Já fora do triângulo, a quarta personagem da história é a cidade de Bissau. Descreve-a assim Flora Gomes: «Vi Bissau rejuvenescer, quase diariamente contra a vontade dela. Vi-a mudar de forma, de dimensão de papel. Ouvi-a mudar de língua, de sonho e de destino. Enfim, senti-a conforme o tempo passava, mudar de ritmo».

Mudar o ritmo africano? Por algum bom motivo com isso chocado, Flora Gomes resolve dar a ver a coisa como comédia, ou, como outros a vêem, como melodrama romântico. «África não é só aquela que chora, mas a que ri e chora».

Dia 16 de Maio: Pó di Sangui (1996), 1:30

– Pó di Sangui (Pau de Sangue) – é um filme de longa-metragem. Uma produção da Guiné-Bissau, feita em co-produção com Portugal, França e Tunísia.

O tema central da obra, já abordado em Mortu Nega (1988), ilustra a dramática «contradição entre tradição e modernidade» no continente africano. Sendo uma ficção pura, a obra não deixa de ser uma etnoficção. Este é um dos seus traços distintivos.

Na aldeia de Amanhã Lundju, sempre que nasce uma criança, uma árvore é plantada. Será essa árvore o seu espírito. Cresce a árvore com a criança. As árvores são a alma da aldeia.

Vive-se entretanto uma época em que muitas mais árvores são abatidas do que aquelas que são plantadas. Tudo por culpa dos aldeões e dos madeireiros que, sem medir bem as consequências – e por culpa do Estado, que mais que eles não vê – cortam as árvores à toa, para fazer lenha ou mobília.

Du, curioso andarilho, regressa de uma das suas místicas andanças. Um fogo premonitor precede a sua chegada. Preocupado com aquilo que sente e com a insensatez dos outros, resolve Du pedir conselho à sua árvore gémea. Por tradição, terá de ocupar o lugar do irmão morto, ser marido da sua mulher e pai da sua filha. Entretanto, pela calada, resolve a mãe de Du pedir por seu lado conselho também à alma gémea de Humi, o gémeo irmão de seu errante filho, há pouco inexplicavelmente falecido.

Começam então a acontecer coisas bizarras. Saly, a nova mulher de Du, ex-mulher do irmão, enlouquece e apaixona-se pelo Sol. Perante o mistério, Calacalado, o feiticeiro, mobiliza toda a aldeia, que, conduzida por Saly, parte para o deserto em busca de resposta, numa viagem iniciática. A partir daqui, segue-se «um conto bíblico revisitado por uma África que sonha com a Terra Prometida» (Jacques Mandelbaum, jornal Le Monde, 14/11/96).

O deserto, penosamente percorrido, torna-se o espelho do futuro : é ele a grande ameaça. Na sua travessia morrem os velhos e os fracos. Resolve Du por fim trazê-los de vota à aldeia, depois de Saly parir uma criança no meio da desolação. Em Amanhã Lundju, uma surpresa os aguarda : a resposta será dada.

Dia 23 de Maio: Nha Fala (2002), 1:50

– Nha Fala (A Minha Fala) – Filme de longa-metragem com co-produção entre Portugal, a França e o Luxemburgo. O filme foi intitulado em Portugal A Minha Voz.

Trata-se de uma comédia musical protagonizada por uma linda jovem mestiça que viola um interdito cultural. A transgressão é simbólica : em vez de a levar a um confronto com a morte, leva-a a um confronto com a vida. Em vez de causar a anunciada tragédia, torna-se acto redentor que a liberta. A tragédia, augúrio ditado pela negra condição africana, é contornada por um poder maior, que a tradição subestima, reprimida pelo colonialismo: a força da vida.

Depois de Os Olhos Azuis de Yonta, Nha Fala («minha voz, minha vida, meu caminho») é a segunda parábola de um negro de alma branca que nega o destino que lhe foi traçado e se põe a ver a questão sem lamento, tal como uma vez o souberam fazer, em animada ópera, os animados heróis de um animado filme: Hair.

Falado em francês e crioulo, Nha Fala estreia em Portugal a 25 de maio, em França a 16 de julho de 2003 e na Guiné-Bissau a 6 de março de 2004.

– Vita é uma jovem de Bissau que decide estudar em Paris. Antes de partir, ela promete à sua mãe que nunca irá cantar, já que uma maldição familiar dita que todos os que cantarem serão perseguidos pela morte.

Em Paris, Vita apaixona-se por Pierre, músico de profissão. Certo dia, Pierre pede a Vita que cante no seu estúdio. Ela, ignorando a promessa feita à mãe, satisfaz o desejo do namorado, que fica admirado com a sua voz e a lança numa carreira musical de sucesso.

Vita consciencializa-se das consequências do seu acto. Por isso, volta a Bissau para organizar o seu próprio funeral.

NOTA :

Flora Gomes recorre, assim, às vivências de Vita para criticar a sociedade e os valores. De início, é evidenciada a severidade da igreja, que, através da figura do padre, interrompe os momentos de festa e alegria.

No seguimento da acção, há um jogo antitético entre a sociedade francesa rica, mas sombria, e a sociedade guineense pobre, mas alegre e viva.

O carácter racista da sociedade francesa é criticado por Flora Gomes, que dá vida a um velho nacionalista que não gosta de pretos e que se vai apercebendo da irracionalidade do seu ponto de vista.

A acção fecha-se no funeral de Vita. No fundo, a vida é um ciclo; a morte é o regresso ao princípio.

Dia 30 de Maio: República de Mininus (2012), 1:18

A República de Mininus é uma co-produção luso-francesa sobre uma nova sociedade.
Num país em Guerra, assustados pelas tragédias que eles próprios provocaram, os adultos desaparecem, abandonando as crianças à sua sorte. Para conseguirem sobreviver a esta nova realidade, serão obrigados a unir-se. E assim surge “A República di Mininus”, onde o polícia, político, médico, patrão e empregado são apenas crianças.

Nesta nova sociedade a união, respeito e harmonia são palavras de ordem, mas subitamente a paz instituída é quebrada quando cinco crianças soldados chegam à República di Mininus.
Trazem consigo passados difíceis e atitudes conturbadas, pelo qual são obrigados a passar por uma prova imposta pelos meninos da nova sociedade: ou se aceitam uns aos outros como um grupo, ou terão de partir novamente para um mundo sem esperança, onde a sobrevivência é algo que não existe.
A banda sonora é composta pelo músico Youssou N`Dour..
O filme conta com a participação do ator norte-americano Danny Glover.

Quando: 2ªs feiras de Maio, 2016 às 16h
Onde: Anfiteatro II, FLUL – Faculdade de letras da Universidade de Lisboa – Alameda da Universidade 1600-214 Lisboa
Entrada: Livre

Actividade organizada pelo grupo CITCOM | Projecto Deslocalizar a Europa (Cultura Visual, Migração e Globalização & Comparando Impérios), em colaboração com o Núcleo de Estudos e de Estudantes Africanos e Licenciatura em Estudos Africanos da FLUL.

Retrospetiva - Flora Gomes

Retrospetiva – Flora Gomes

Eventos tags: Cinema, Guiné Bissau, Lisboa

Trackbacks

  1. Retrospetiva Flora Gomes – Um Olhar Guineense - Pró-África diz:
    6 Maio, 2016 às 17:08

    […] Mais informações: Segundas de Maio […]

    Responder

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